M-e-d-o!
Advérbio de modo que cansa de usar. Odeia advérbios de modo, mas usa-os o tempo inteiro. Pra quê tanto português, menina? Faz diferença o incluído e o incluso? Quer provar que não é exatamente um particípio? Quer provar o quê, menina? E a fita da fita cassete ainda está lá, presa em alguma peça que ainda não descobriu. “Droga!” – já começa a xingar. “Droga, droga, droga!” – já está xingando repetidamente. Re-pe-ti-da-men-te. Oh! Outro advérbio de modo! “Ai, que vontade de chorar...”
“Deixa-me quieta, me deixa.”- lamenta-se sozinha. Seus demônios a afastam de si mesma. Seus demônios a afastam de todos.
“Desenrole a fita, menina, desenrole.” – alguma voz diz sabe-se lá de onde. Só que ela não quer escutar, quer ficar quieta, quer remoer-se por dentro, quer morrer ali, sozinha.
Deixem-na chorar.
Deve ser medo, sei lá.